quinta-feira, 2 de junho de 2011

Noturno em dois atos

Noturno

Minha sombra às vezes vaga
Pela silenciosa rua de minha casa
Naquelas noites chuvosas
Nos instantes de estio
Quando a água que cai do céu
S’estira pelas calçadas molhando tudo:
O chão, os sapatos, meus pés...

Noturno em segundo ato

Meu corpo estático, semimorto...
Há muito, nessas horas, está estirado
No leito – caixão sem tampa, de quem dorme –
Desenfadando-se do dia,
Enfadando-se mais ainda de sonhos...
Sonho, sobretudo, caminhar lentamente
Como um’alma errante, dentro das calmas horas noturnas
Na rua silenciosa e molhada da chuva...
Mario Filipe dos Santos, Julho de 2009.

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